08/10/2016

O Mundo Espiritual

1997, Ensinamentos dos Presidentes da Igreja Brigham Young Cap. 38, pág. 279.


No discurso que proferiu no funeral do Élder Thomas Williams, o Presidente Brigham Young disse o seguinte a respeito do mundo espiritual: “Quão frequentemente a seguinte dúvida surge na mente das pessoas: ‘Gostaria de saber para onde irei! ’ Será que podemos descobrir a resposta para essa pergunta? Ora, iremos para o mundo espiritual, onde o irmão Thomas se encontra neste momento. Ele, ou seja, seu espírito passou para uma condição de existência superior à que vivia em seu corpo. ‘Por que não o podemos ver? Por que não podemos conversar com ele? Gostaria de poder ver meu marido ou meu pai e conversar com ele! ’ Isso não seria adequado, não seria direito; poderíamos perder o propósito de nossa vida se tivéssemos esse privilégio, sendo que ainda teríamos de passar pelo mesmo teste de fé, sem uma senda de aflições tão se- vera por trilhar, sem uma batalha tão difícil para lutar, sem uma vitória tão grandiosa para alcançar, de modo que perderíamos a visão do próprio objetivo de nossa vida. É melhor que as coisas estejam como estão: que o véu esteja fechado; que não possamos ver Deus; que não vejamos anjos; que não conversemos com eles, a não ser pela estrita obediência às coisas que Ele exige de nós e pela fé em Jesus Cristo.” (DSNW, p. 28 de julho de1874, p. 1).

Ensinamentos de Brigham Young

Os espíritos daqueles que morrem vão para o mundo espiritual.

Quando deixamos este tabernáculo, para onde vamos? Para o mundo espiritual. (DBY, p. 376)

Os espíritos iníquos que partem deste mundo e vão para o mundo espiritual continuam iníquos lá? Sim. (DNW, p. 27 de agosto de 1856, p. 3).

Quando o espírito deixa o corpo, (...) ele é preparado para ver, ouvir e compreender as coisas espirituais (...). Estão vendo espíritos neste recinto? Não. Suponham que o Senhor lhes toque os olhos para que vejam, poderiam então ver os espíritos? Sim, tão claramente quanto veem corpos, como aconteceu com o servo de Eliseu. [Ver II Reis 6:16–17] Se o Senhor permitisse, e essa fosse Sua vontade, poderíamos ver os espíritos que partiram deste mundo, tão claramente como vemos o corpo das pessoas com nossos olhos naturais. (DBY, pp. 376–377)

Jesus abriu a porta da salvação para os que se encontram no mundo espiritual.

Jesus foi o primeiro homem a pregar aos espíritos em prisão, exercendo por eles as chaves do evangelho da salvação. Essas chaves foram-Lhe entregues no dia e na hora em que foi para o mundo espiritual; com elas Ele abriu a porta da salvação para os espíritos em prisão. (DBY, p. 378)

Desejamos fazer todo o sacrifício necessário para cumprir a vontade de Deus, em preparação para salvarmos aqueles que não tiveram o privilégio de ouvir o evangelho enquanto estavam na carne, simplesmente porque no mundo espiritual eles não podem oficiar nas ordenanças da casa de Deus. Eles deixaram para trás as aflições da mortalidade e não tem qualquer possibilidade de oficiar pela remissão de seus pecados e por sua própria exaltação; consequentemente, são obrigados a esperar que seus amigos, filhos e netos oficiem por eles, para que possam ser elevados ao reino celestial de Deus. (DBY, p. 406)

Comparem o número de habitantes da Terra que ouviram o evangelho em nossos dias com os milhões que nunca ouviram falar dele ou aos quais não foram apresentadas as chaves da salvação. Imediatamente concluirão, assim como eu, que existe um imenso trabalho a ser realizado no mundo espiritual. (DBY, p. 377)

Pensem nos milhões, milhões e milhões de pessoas que viveram e morreram sem terem ouvido o evangelho na Terra, sem as chaves do reino. Essas pessoas não foram preparadas para a glória celestial, e não há poder que as possa preparar para isso sem as chaves deste sacerdócio. (DBY, p. 378)

O patriarca Smith [Joseph Smith Sênior], Carlos [Smith] e o irmão [Edward] Partridge, sim, e todos os outros santos dignos encontram-se tão atarefados no mundo espiritual quanto vocês e eu estamos aqui. Eles podem ver-nos, mas não os podemos ver, a menos que nossos olhos sejam abertos. O que fazem lá? Pregam continuamente, preparando o caminho para que apressemos nosso trabalho de construção de templos aqui e em outros lugares. (DBY, p. 378)

O trabalho de todo homem fiel prosseguirá, assim como o de Jesus, até que todas as coisas redimíveis tenham sido redimidas e apresentadas ao Senhor. Temos um grande trabalho pela frente. (DBY, p. 378)

Os espíritos que habitam em corpos físicos nesta Terra irão diretamente para esse mundo de espíritos quando deixarem seu corpo. O quê? Uma multidão de habitantes congregados em espírito, convivendo uns com os outros como o fazem aqui? Sim, irmãos, eles vivem juntos, tendo o privilégio de congregarem-se e reunirem-se em clãs e sociedades, como o fazem aqui. Sem dúvida ainda veem, ouvem e conversam, de algum modo, e relacionam-se uns com os outros, tanto os bons quanto os maus. Se os élderes de Israel destes últimos dias forem e pregarem aos espíritos em prisão, conviverão com eles, exatamente como nossos élderes se associam com os iníquos na carne, quando lhes vão pregar. (DBY, p. 378)

O mundo espiritual é um lugar dinâmico, onde se é possível crescer e progredir.
Quando estiverem no mundo espiritual, tudo lhes parecerá tão natural quanto agora. Os espíritos conhecem outros espíritos que vivem no mundo espiritual. Eles podem conversar, ver e exercer todo tipo de comunicação entre si, de modo tão familiar e natural quanto nestes corpos físicos. Como acontece aqui, lá também as coisas serão naturais, e nós as compreenderemos como hoje compreendemos as coisas naturais. Veremos lá que os espíritos de que falamos estão plenamente ativos e não dormem. Aprenderemos que eles se estão esforçando ao máximo; trabalhando e empenhando-se tão diligentemente quanto qualquer pessoa faria para alcançar um objetivo neste mundo. (DBY, p. 380)

Os espíritos relacionam-se uns com os outros de modo tão íntimo quanto o fazem os seres corpóreos entre si, embora o espírito seja constituído de matéria tão mais refinada, a ponto de ser intangível a esta forma mais grosseiramente organizada. Eles caminham, conversam e realizam suas reuniões. O espírito de homens justos, como o de Joseph e dos élderes, que partiram da Igreja aqui na Terra por uma curta temporada para agirem em outra esfera, estão reunindo todas as suas forças e indo de um lugar a outro, pregando o evangelho. Joseph é quem os dirige, dizendo-lhes: “Avante, irmãos”. Se tentarem barrar-lhes o caminho, enfrentem-nos e ordenem que se dispersem. Vocês têm o sacerdócio e podem dispersá-los. Mas se quaisquer deles desejarem ouvir o evangelho, preguem-no a eles. (DBY, p. 379)

No que concerne ao falecimento de nossos amigos e nossa própria morte, posso dizer que estive tão próximo de compreender a eternidade a ponto de ter sido forçado a exercer muito mais fé para desejar continuar vivendo do que jamais tive que fazer em toda a vida. O resplendor e glória de nossa próxima habitação são inexprimíveis. Lá não existe o fardo da idade avançada que nos obriga a tomarmos cuidado ao andar para não tropeçarmos e cairmos. Vemos até mesmo nossos jovens frequentemente tropeçando e caindo. Como é diferente do outro lado! Eles movem-se com facilidade e com a velocidade do relâmpago. Se quisermos visitar Jerusalém, ou este ou aquele lugar—e suponho que isso nos será permitido se assim o desejarmos—num instante estaremos lá, observando suas ruas. Se desejarmos ver a cidade de Jerusalém como era no tempo do Salvador; ou se quisermos admirar o Jardim do Éden como era ao ser criado, eis que lá nos encontraremos e o veremos como existiu espiritualmente, pois ele foi criado primeiro espiritualmente, depois fisicamente, e sua forma espiritual permanece inalterada. Quando estivermos lá, poderemos vislumbrar o mundo como era na manhã da criação ou visitar qualquer cidade da Terra que nos agrade. Se quisermos saber como se vive nestas ilhas ocidentais ou na China, lá estaremos; na verdade, seremos como a luz da manhã (...). Deus revelou pequenas coisas a respeito de Seus movimentos e poder. A maneira pela qual o relâmpago opera e se move fornece-nos uma ótima ilustração da capacidade do Todo-Poderoso. (DBY, p. 380)

Quando passarmos para o mundo espiritual possuiremos parte de Seu poder. Neste mundo, somos continuamente afligidos por vários tipos de doenças e enfermidades. No mundo espiritual, estaremos livres de tudo isso e desfrutaremos a vida, glória e inteligência. Nele, o Pai, Jesus e os anjos falarão conosco e teremos o prazer de conviver com os justos e puros que lá se encontram aguardando a ressurreição. (DBY, pp. 380–381)

Suponham, portanto, que um homem seja dotado de um coração iníquo-totalmente voltado à prática do mal—e morra nessa condição. Seu espírito entrará no mundo espiritual levando consigo essa mesma tendência. Por outro lado, se estivermos lutando com todas as forças e faculdades que Deus nos concedeu para desenvolver nossos talentos e preparar-nos para habitar na vida eterna, e o túmulo receber nosso corpo quando estivermos assim empenhados, com que disposição nosso espírito entrará em seu próximo estado? Ele continuará lutando pelas coisas de Deus, só que em grau bem maior—aprendendo, progredindo, crescendo em graça e no conhecimento da verdade. (DBY, p. 379)

Se formos fiéis a nossa religião, quando formos para o mundo espiritual, os espíritos decaídos, Lúcifer, a terça parte das hostes do céu que com ele foi expulsa e os espíritos dos homens iníquos que habitaram na Terra todos juntos não terão qualquer influência sobre nosso espírito. Não é essa uma vantagem? Sim. Todos os demais filhos dos homens estarão, em maior ou menor grau, sujeitos a eles, da mesma forma que estiveram quando estavam na carne. (DBY, p. 379)

Neste mundo [os fiéis] serão confundidos e perseguidos por Satanás; mas quando formos para o mundo espiritual seremos superiores a seu poder, e ele não mais conseguirá afligir-nos, e isso é tudo que me importa saber. (DNW, 1º de outubro de 1856, p. 3).

Se uma pessoa for batizada para a remissão dos pecados e morrer pouco tempo depois, ela não estará preparada para imediatamente desfrutar da plenitude da glória prometida aos que forem fiéis ao evangelho; pois precisará ser instruída, enquanto estiver no espírito, acerca de outros assuntos referentes à casa de Deus, progredindo de verdade em verdade, de inteligência em inteligência, até estar preparada para receber novamente seu corpo e entrar na presença do Pai e do Filho. Não poderemos entrar na glória celestial em nosso presente estado de ignorância e escuridão mental. (DBY, pp. 378–379) 



Temos mais amigos além do véu do que deste lado, e eles nos saudarão com muito mais alegria do que nossos pais e amigos já manifestaram por nós neste mundo. Sentiremos mais júbilo ao encontrá-los do que sentimos ao encontrar um amigo nesta vida; e assim progrediremos, passo a passo, de alegria em alegria, de uma inteligência e poder a outra; e nossa felicidade se tornará cada vez mais intensa e evidente, à medida que progredirmos em palavra e poder de vida. (DBY pp. 379–380)

Quando partirmos deste estado de existência para nosso próximo, por assim dizer, local de habitação, não permaneceremos lá. Continuaremos a progredir, praticando todo o bem que pudermos, ministrando e oficiando por todos aqueles a quem nos for permitido fazê-lo; passando então para o próximo, depois para outro, até que o Senhor tenha coroado todos os que foram fiéis aqui na Terra; até que o trabalho concernente a este mundo esteja concluído; até que o Salvador, a quem estivemos auxiliando, tenha consumado Sua obra; e a Terra, com todas as coisas que pertencem a ela, seja apresentada ao Pai. Aqueles que foram fiéis receberão suas bênçãos e coroas, ser-lhes-á dada a herança que lhes foi preparada, e eles continuarão a progredir, aumentando seu domínio por toda a eternidade. (DBY, p. 376)